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Questões de Português - ESCOLA NAVAL | Gabarito e resoluções

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Questão
2014Português

(Esc. Naval 2014) Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões). O Português é, sem sombra de dúvida, uma das quatro grandes línguas de cultura do mundo, não obstante outras poderem ter mais falantes. Nessa língua se exprimem civilizações muito diferentes, da África a Timor, da América à Europa sem contar com milhões de pessoas em diversas comunidades espalhadas pelo mundo. Essa riqueza que nos é comum, que nos traz uma literatura com matizes derivados de influências culturais muito diversas, bem como sonoridades e musicalidades bem distintas, traz-nos também a responsabilidade de termos de cuidar da sua preservação e da sua promoção. A Língua Portuguesa não é propriedade de nenhum país, é de quem nela se exprime. Não assenta hoje nem assentará nunca em normas fonéticas ou sintáticas únicas, da mesma maneira que as palavras usadas pelos falantes em cada país constituem um imenso e inesgotável manancial de termos, com origens muito diversas, que só o tempo e as trocas culturais podem ajudar a serem conhecidos melhor por todos. Mas porque é importante que, no plano externo, a forma escrita do Português se possa mostrar, tanto quanto possível, uniforme, de modo a poder prestigiar-se como uma língua internacional de referência, têm vindo a ser feitas tentativas para que caminhemos na direção de uma ortografia comum. Será isso possível? Provavelmente nunca chegaremos a urna Língua Portuguesa que seja escrita de um modo exatamente igual por todos quantos a falam de formas bem diferentes. Mas o Acordo Ortográfico que está em curso de aplicação pode ajudar muito a evitar que a grafia da Língua Portuguesa se vá afastando cada vez mais. O Acordo Ortográfico entre os então sete países membros da CPLP (Timor-Leste não era ainda independente, à época) foi assinado em 1990 e o próprio texto previa a sua entrada em vigor em 1 de janeiro de 1994, desde que todos esses sete o tivessem ratificado até então. Quero aproveitar para sublinhar uma realidade muitas vezes escamoteada: Portugal foi o primeiro país a ratificar o Acordo Ortográfico, logo em 1991. Se todos os restantes Estados da CPLP tivessem procedido de forma idêntica, desde 1994 que a nossa escrita seria já bastante mais próxima. Porque assim não aconteceu, foi necessário criar Protocolos Adicionais, o primeiro para eliminar a data de 1994, que a realidade ultrapassara, e o segundo para incluir Timor-Leste e para criar a possibilidade de implementar o Acordo apenas com três ratificações. Na votação que o parlamento português fez, há escassos meses, desse segundo Protocolo, apenas três votos se expressaram contra. Isto prova bem que, no plano oficial, há em Portugal uma firme determinação de colocar o Acordo em vigor, não obstante existirem, na sociedade civil portuguesa como, aliás, acontece em outros países, mesmo no Brasil -, vozes que o acham inadequado ou irrelevante. O Governo português aprovou, recentemente, a criação de um fundo para a promoção da Língua Portuguesa, dotado com uma verba inicial de 30 milhões de euros e aberto à contribuição de outros países. Esperamos que esta medida, ligada às decisões comuns que agora saíram da Cúpula de Lisboa da CPLP, possa ajudar a dar início a um tempo novo para que o Português se firme cada vez mais no mundo, como instrumento de poder e de influência de quantos o utilizam. A Língua Portuguesa é um bem precioso que une povos que o mar separa mas que a afetividade aproxima. Como escrevia o escritor lusitano Vergílio Ferreira: Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação. (COSTA, Francisco Seixas da. A língua do mar. Jornal O Globo, 28 jul. 2008. Texto adaptado.) GLOSSÁRIO CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa Que opção destaca o argumento do autor que corrobora o título texto?

Questão
2014Português

(ESCOLA NAVAL - 2014) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Minha amiga me pergunta: por que voc fala sempre nas coisas que acontecem a primeira vez e, sobretudo, as comparar com a primeira vez que voc viu o mar? Me lembro dessa cena: um adolescente chegando ao Rio e o irmo lhe prevenindo: Amanh vou te apresentar o mar. Isto soava assim: amanh vou te levar ao outro lado do mundo, amanh te ofereo a Lua. Amanh voc j no ser o mesmo homem. E a cena continuou: resguardado pelo irmo mais velho, que se assentou no banco do calado, o adolescente, ousado e indefeso, caminha na areia para o primeiro encontro com o mar. Ele no pisava na areia. Era um osis a caminhar. Ele no estava mais em Minas, mas andava num campo de tulipas na Holanda. O mar a primeira vez no um rito que deixe um homem impune. Algo nele vai-se aprofundar. E o irmo l atrs, respeitoso, era a sentinela, o sacerdote que deixa o iniciante no limiar do sagrado, sabendo que dali para a frente o outro ter que, sozinho, enfrentar o drago. E o drago l vinha soltando pelas narinas as ondas verdes de vero. E o pequeno cavaleiro, destemido e intimidado, tomou de uma espada ou pedao de pau qualquer para enfrentar a hidra que ondeava mil cabeas, e convertendo a arma em caneta ou lpis comeou a escrever na areia um texto que no terminar jamais. Que assim o ato de escrever: mais que um modo de se postar diante do mar, uma forma de domar as vagas do presente convertendo-o num cristal passado. No, no enchi a garrafinha de gua salgada para mostrar aos vizinhos tmidos retidos nas montanhas, e fiz mal, porque muitos morreram sem jamais terem visto o mar que eu lhes trazia. Mas levei as conchas, verdade, que na mesa interior marulhavam lembranas de um luminoso encontro de amor com o mar. Certa vez, adolescente ainda nas montanhas, li urna crnica onde um leitor de Gois pedia cronista que lhe explicasse, enfim, o que era o mar. Fiquei perplexo. No sabia que o mar fosse algo que se explicasse. Nem me lembro da descrio. Me lembro apenas da pergunta. Evidentemente eu no estava pronto para a resposta. A resposta era o mar. E o mar eu conheci, quando pela primeira vez aprendi que a vida no a arte de responder, mas a possibilidade de perguntar. Os cariocas vo achar estranho, mas eu devo lhes revelar: o carioca, com esse modo natural de ir praia, desvaloriza o mar. Ele vai ao mar com a sem-cerimnia que o mineiro vai ao quintal. E o mar mais que horta e quintal. quando atrs do verde-azul do instante o desejo se alucina num cardume de flores no jardim. O mar isso: quando os vagalhes da noite se arrebentam na aurora do sim. Ver o mar a primeira vez, lhes digo, quando Guimares Rosa pela vez primeira, por ns, viu o serto. Ver o mar a primeira vez quase abrir o primeiro consultrio, fazer a primeira operao. Ver o mar a primeira vez comprar pela primeira vez uma casa nas montanhas: que surpresas ondearo entre a lareira e a mesa de vinhos e queijos! O mar o mestre da primeira vez e no para de ondear suas lies. Nenhuma onda a mesma onda. Nenhum peixe o mesmo peixe. Nenhuma tarde a mesma tarde. O mar um morrer sucessivo e um viver permanente. Ele se desfolha em ondas e no para de brotar. A contempl-lo ao mesmo tempo sou jovem e envelheo. O mar recomeo. (SANTANNA, Affonso Romano de. O mar, a primeira vez. In:_____. Fizemos bem em resistir: crnicas selecionadas. Rio de Janeiro: Rocco,1994, p.50-52. Texto adaptado.) Em que opo est implcito um dilogo entre o autor e o leitor?

Questão 8
2013Português

(ESCOLA NAVAL - 2013) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: VELHO MARINHEIRO Homenagem aos marinheiros de sempre... e para sempre. Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu brao diante da bandeira e jurei lhe dar minha vida. Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, senti-me homem de verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. Ao meu lado, as vozes de outros jovens soavam em unssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoo, de peitos estufados e orgulhosos. Ao final, minha me veio em minha direo, apressada em me dar um beijo. Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. O dia acabou com a famlia em festa; eu lembro-me bem, fiquei de uniforme at de tarde... Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de companheirismo. Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos. Aprendi o que civismo, respeito e disciplina, no princpio, exigidos a cada dia; depois, como parte do meu ser e, assim, para sempre. A cada passo havia um novo esforo esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. Minha vida, agora que olho para trs, foi toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira. No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido. S que agora me davam tarefas, incumbncias, e esperavam que eu as cumprisse bem. Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessrio. Um dia vi-me ensinando aos novatos e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, s vezes, do que na primeira. Conhecia todos, alguns mais at do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupaes e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio. A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, uma das coisas mais belas, que s h entre ns, em mais nenhum outro lugar. Por isso sou marinheiro, porque sei o que esprito de navio. Bons tempos aqueles das viagens, dvamos um duro danado no mar, em servio, postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. O interessante que em toda nossa vida, quando buscamos as boas recordaes, elas vm desse tempo, das viagens e dos navios. At as durezas por que passamos so saborosas ao lembrar, talvez porque as vencemos e fomos adiante. aquela histria dos pequenos sucessos. A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher. Primeiro a me, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o abrao apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausncia, foi ensinado a dizer papai. No incio, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, at que deixei de levar a mquina. Engraado, vocs j perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com mquina fotogrfica? Foi assim comigo. Hoje os navios so outros, os marinheiros so outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que so iguais. Sou marinheiro, por isso sei como . Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedao que ouo de um amigo, que leio, que vejo, me d um orgulho que s vezes chega a entalar na garganta. 4H pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! Sofisticado, limpssimo, nas mos de uma tripulao que s pode ser muito competente para mant-lo pronto. Do que me mostraram eu no sabia muito. Basta dizer que o ltimo navio em que servi j deu baixa. Quando sa de bordo, parei no portal, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabea... e, minha garganta entalou outra vez. Isso corporativismo; no aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um, protegido custa do desmerecimento da instituio; mas o puro, que significa o bem da instituio, protegido pelo merecimento de cada um. Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. Muitas vezes a lembrana me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. Que bom se pudesse voltar ao comeo, vestir aquele uniforme novinho at um pouco grande, ainda recordo Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida me... Sei que, quando minha hora chegar, no ltimo instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o cu... e, se So Pedro estiver no portal, direi: Sou marinheiro, estou embarcando. Autor desconhecido. In: Lngua portuguesa: leitura e produo de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. 6-8) Glossrio - Portal: abertura no casco de um navio, ou passagem junto balaustrada, por onde as pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve. Com base nas estruturas lingusticas e nas relaes argumentativas, em que opo a alterao proposta manteve o sentido do texto?

Questão
2013Português

(Esc. Naval 2013) VELHO MARINHEIRO Homenagem aos marinheiros de sempre... e para sempre.             28Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar minha vida.              Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, 21senti-me homem de verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. 29Ao meu lado, as vozes de outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de peitos estufados e orgulhosos. 5Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada em me dar um beijo. 20Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. 6O dia acabou com a família em festa; 11eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde...             Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de companheirismo. 7Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do meu ser e, assim, para sempre. 23A cada passo havia um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. 26Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira.             19No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e esperavam que eu as cumprisse bem. 2Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário. 8Um dia vi-me ensinando aos novatos 12e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! 32O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira. Conhecia todos, alguns mais até do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio.             9A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, 14é uma das coisas mais belas, que só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. 24Por isso sou marinheiro, porque sei o que é espírito de navio.             Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço, postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. 30O interessante é que em toda nossa vida, 15quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos navios. 16Até 13as durezas por que passamos são saborosas 1ao lembrar, talvez porque as vencemos e fomos adiante.             É aquela história dos pequenos sucessos.             A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher. Primeiro a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausência, foi ensinado a dizer papai.             31No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina. 10Engraçado, 22vocês já perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina fotográfica? Foi assim comigo.             34Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é.             Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! 35Sofisticado, limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-lo pronto. 33Do que me mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em que servi já deu baixa. 17Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabeça... e, minha garganta entalou outra vez.             Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um, protegido à custa do desmerecimento da instituição; mas o puro, que significa o bem da instituição, protegido pelo merecimento de cada um.             27Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista.             Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. 18Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho — até um pouco grande, ainda recordo — Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe...             3Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi:             – Sou marinheiro, estou embarcando. Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. 6-8) Glossário - Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve.   Em que opção a reescritura do trecho “[...] senti-me homem de verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto.” (ref. 21) manteve o mesmo sentido dado pelo autor? 

Questão
2013Português

(Esc. Naval 2013) VELHO MARINHEIRO Homenagem aos marinheiros de sempre... e para sempre. 28Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar minha vida. Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, 21senti-me homem de verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. 29Ao meu lado, as vozes de outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de peitos estufados e orgulhosos. 5Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada em me dar um beijo. 20Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. 6O dia acabou com a família em festa; 11eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde... Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de companheirismo. 7Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do meu ser e, assim, para sempre. 23A cada passo havia um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. 26Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira. 19No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e esperavam que eu as cumprisse bem. 2Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário. 8Um dia vi-me ensinando aos novatos 12e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! 32O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira. Conhecia todos, alguns mais até do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio. 9A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, 14é uma das coisas mais belas, que só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. 24Por isso sou marinheiro, porque sei o que é espírito de navio. Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço, postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. 30O interessante é que em toda nossa vida, 15quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos navios. 16Até 13as durezas por que passamos são saborosas 1ao lembrar, talvez porque as vencemos e fomos adiante. É aquela história dos pequenos sucessos. A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher. Primeiro a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausência, foi ensinado a dizer papai. 31No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina. 10Engraçado, 22vocês já perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina fotográfica? Foi assim comigo. 34Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é. Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! 35Sofisticado, limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-lo pronto. 33Do que me mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em que servi já deu baixa. 17Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabeça... e, minha garganta entalou outra vez. Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um, protegido à custa do desmerecimento da instituição; mas o puro, que significa o bem da instituição, protegido pelo merecimento de cada um. 27Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. 18Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho até um pouco grande, ainda recordo Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe... 3Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: Sou marinheiro, estou embarcando. Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. 6-8) Glossário - Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve. Em qual opção o emprego da 1 pessoa do plural no quinto e no sexto parágrafos está corretamente justificado?

Questão
2013Português

(Esc. Naval 2013) VELHO MARINHEIRO Homenagem aos marinheiros de sempre... e para sempre. 28Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar minha vida. Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, 21senti-me homem de verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. 29Ao meu lado, as vozes de outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de peitos estufados e orgulhosos. 5Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada em me dar um beijo. 20Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. 6O dia acabou com a família em festa; 11eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde... Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de companheirismo. 7Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do meu ser e, assim, para sempre. 23A cada passo havia um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. 26Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira. 19No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e esperavam que eu as cumprisse bem. 2Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário. 8Um dia vi-me ensinando aos novatos 12e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! 32O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira. Conhecia todos, alguns mais até do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio. 9A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, 14é uma das coisas mais belas, que só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. 24Por isso sou marinheiro, porque sei o que é espírito de navio. Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço, postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. 30O interessante é que em toda nossa vida, 15quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos navios. 16Até 13as durezas por que passamos são saborosas 1ao lembrar, talvez porque as vencemos e fomos adiante. É aquela história dos pequenos sucessos. A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher. Primeiro a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausência, foi ensinado a dizer papai. 31No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina. 10Engraçado, 22vocês já perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina fotográfica? Foi assim comigo. 34Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é. Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! 35Sofisticado, limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-lo pronto. 33Do que me mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em que servi já deu baixa. 17Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabeça... e, minha garganta entalou outra vez. Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um, protegido à custa do desmerecimento da instituição; mas o puro, que significa o bem da instituição, protegido pelo merecimento de cada um. 27Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. 18Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho até um pouco grande, ainda recordo Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe... 3Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: Sou marinheiro, estou embarcando. Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. 6-8) Glossário - Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve. Em que opção o termo sublinhado tem o mesmo valor sintático que a oração destacada em No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. (ref. 19)?

Questão
2013Português

(Esc. Naval 2013) VELHO MARINHEIRO Homenagem aos marinheiros de sempre... e para sempre. 28Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar minha vida. Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, 21senti-me homem de verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. 29Ao meu lado, as vozes de outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de peitos estufados e orgulhosos. 5Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada em me dar um beijo. 20Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. 6O dia acabou com a família em festa; 11eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde... Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de companheirismo. 7Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do meu ser e, assim, para sempre. 23A cada passo havia um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. 26Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira. 19No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e esperavam que eu as cumprisse bem. 2Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário. 8Um dia vi-me ensinando aos novatos 12e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! 32O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira. Conhecia todos, alguns mais até do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio. 9A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, 14é uma das coisas mais belas, que só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. 24Por isso sou marinheiro, porque sei o que é espírito de navio. Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço, postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. 30O interessante é que em toda nossa vida, 15quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos navios. 16Até 13as durezas por que passamos são saborosas 1ao lembrar, talvez porque as vencemos e fomos adiante. É aquela história dos pequenos sucessos. A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher. Primeiro a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausência, foi ensinado a dizer papai. 31No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina. 10Engraçado, 22vocês já perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina fotográfica? Foi assim comigo. 34Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é. Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! 35Sofisticado, limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-lo pronto. 33Do que me mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em que servi já deu baixa. 17Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabeça... e, minha garganta entalou outra vez. Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um, protegido à custa do desmerecimento da instituição; mas o puro, que significa o bem da instituição, protegido pelo merecimento de cada um. 27Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. 18Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho até um pouco grande, ainda recordo Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe... 3Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: Sou marinheiro, estou embarcando. Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. 6-8) Glossário - Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve. Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. (ref. 27). Que opção exemplifica o conceito de corporativismo expresso pelo autor?

Questão
2011Português

(ESCOLA NAVAL - 2011) Quando a rede vira um vcio Com o titulo Preciso de ajuda, fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade Viciados em Internet Annimos: Estou muito dependente da web, No consigo mais viver normalmente. Isso muito srio. Logo obteve resposta de um colega de rede. Estou na mesma situao. Hoje, praticamente vivo em frente ao computador. Preciso de ajuda. Odilogo d a dimenso do tormento provocado pela dependncia em Internet, um mal que comea a ganhar relevo estatstico, medida que o uso da prpria rede se dissemina. Segundo pesquisas recm-conduzidas pelo Centro de Recuperao para Dependncia de Internet, nos Estados Unidos, a parcela de viciados representa, nos vrios pases estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web com concentrao na faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos so enormes. Como ocorre com um viciado em lcool ou em drogas, o doente desenvolve uma tolerncia que, nesse caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele tambm sofre de constantes crises de abstinncia quando est desconectado, e seu desempenho nas tarefas de natureza intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, a sim, momentos de rara euforia. Conclui uma psicloga americana: O viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os elos com o mundo real at desembocar num universo paralelo e completamente virtual. No fcil detectar o momento em que algum deixa de fazer uso saudvel e produtivo da rede para estabelecer com ela uma relao doentia, como a que se revela nas histrias relatadas ao longo desta reportagem. Em todos os casos, a internet era apenas til ou divertida e foi ganhando um espao central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido. Mudana to drstica se deu sem que os pais atentassem para a gravidade do que ocorria. Como a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o isolamento um comportamento tpico dessa fase da vida, a famlia raramente detecta o problema antes de ele ter fugido ao controle, diz um psiquiatra. A cincia, por sua vez, j tem bem mapeados os primeiros sintomas da doena. De sada, o tempo na internet aumenta at culminar, pasme-se, numa rotina de catorze horas dirias, de acordo com o estudo americano. As situaes vividas na rede passam, ento, a habitar mais e mais as conversas. tpico o aparecimento de olheiras profundas e ainda um ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de refeies por sanduches que prescindem de talheres e liberam uma das mos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo. Alerta outra psicloga: Se a pessoa comea a ter mais amigos na rede do que fora dela, um sinal claro de que as coisas no vo bem. Os jovens so, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. H uma razo estatstica para isso eles respondem por at 90% dos que navegam na rede, a maior fatia , mas pesa tambm uma explicao de fundo mais psicolgico, qual uma recente pesquisa lana luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou no) chegam a atribuir internet uma maneira de aliviar os sentimentos negativos, to tpicos de uma etapa em que afloram tantas angstias e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem-se ainda mais vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: Num momento em que a prpria personalidade est por se definir, a internet proporciona um ambiente favorvel para que eles se expressem livremente. No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no vicio se v, em geral, uma combinao de baixa autoestima com intolerncia frustrao. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de depresso, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. nesse cenrio que os mltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. Entre os que j tm o vicio, a maior adorao pelas redes de relacionamento e pelos jogos on-line, sobretudo por aqueles em que no existe noo de comeo, meio ou fim. Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados Unidos, a dependncia em internet reconhecida e tratada como uma doena. Surgiram grupos especializados por toda parte. Muita gente que procura ajuda ainda resiste ideia de que essa uma doena, conta um psiclogo. O prognstico bom: em dezoito semanas de sesses individuais e em grupo, 80% voltam a niveis aceitveis de uso da internet. No seria factvel, tampouco desejvel, que se mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por exemplo, de um alcolatra em relao bebida. Com a rede, afinal, descortina-se uma nova dimenso de acesso s informaes, produo de conhecimento e ao prprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, no faz sentido se privar. Toda a questo gira em torno da dose ideal, sobre a qual j existe um consenso acerca do razovel: at duas horas dirias, no caso de crianas e adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for sedimentada, melhor. Na avaliao de uma das psiclogas, Os pais no devem temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como us-lo de forma til e saudvel. Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados. Silvia Rogar e Joo Figueiredo, Veja, 24 de maro de 2010. Adaptado. Em qual das opes, considerando o trecho destacado, estrutura-se um caso de sujeito indeterminado?

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